Crônicas


A criatividade da primeira turma das Produções não tem limite. Em Produção de Texto I, componente do 6º semestre do Curso de Comunicação Social da Unijuí, os acadêmicos praticaram a arte de escrever crônica. No começo parecia difícil, mas a turma saiu-se muito bem. Confira algumas produções da turma que deu show no segundo semestre de 2011.



Águas do ontem... fruto de hoje

Quando comecei a pensar algo para escrever me perguntei: onde eu mergulho primeiro? É difícil escrever sobre água depois de já ter levantado quase todos os assuntos possíveis. É como se a última gota tivesse sido bebida em um gole só. Mas salvo parecer ter falado sobre todos os assuntos, é ainda mais difícil pensar em escrever algo divertido sobre água.
Escrever quatro linhas e essa barra continuar piscando no Word acaba dando uma aflição ainda maior. É então que o professor, em meio aos seus comentários explicativos do início de todas as aulas, diz: “o escritor de crônica é aquele que olha pela sua janela”. Sim, ainda olhamos pelas nossas janelas. Foi então que me remeti ao passado e tive a mesma visão por aquela janela embaçada pela chuva. Foi nesse momento que eu dei um grande passo para tornar-me quem sou agora.
Calma, não vai ser nenhum diário de memórias. É apenas uma pequena lembrança que vale a pena retomar.
Mas voltando ao assunto, quem, quando criança, não deseja tomar banho de chuva? Só que quando se está com catapora sua mãe, é claro, lhe fará ficar trancada no quarto. Já havia lido todos meus livros e estava olhando minhas amigas brincando na chuva. Pensei: “Não existe nada que eu possa inventar pra me divertir aqui dentro?”
Revirei meus livros novamente e olhei para escrivaninha. Lá estava meu caderno e meu estojo. Sentei em frente daquela folha em branco e escrevi minha primeira história. Gostava de chamar de conto, mas não sei até que ponto posso chamá-lo assim.
Lembro-me do cheiro do papel e do prazer que era sentir a mão doendo – de tão profundamente que eu havia mergulhado naquela aventura. Foi assim que eu escrevi dez páginas. Hoje eu não sinto mais o cheiro da folha, mas ainda posso imaginar e até ouvir o barulho da chuva. Agora, após tantas linhas depois, percebo que a água pode ser mais que somente água. Ela é a lembrança de uma vida que foi e de uma vida que ainda será. Ela é a água que molda o ontem, o hoje, e o depois.

Por Talita Mazzola


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Inundaram o 6º semestre

Mais um semestre começava. Estávamos ansiosos para sugar o conhecimento dos professores. Após a apresentação dos planos de ensino dos componentes, daríamos os primeiros passos à maratona de produções. A notícia nos foi comunicada pelo professor Marcio Granez: um tema gerador nortearia as produções dos acadêmicos do 6º semestre de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo.
A primeira turma a cursar a nova proposta curricular do curso. Logo, recebemos a orientação sobre o foco da turma, que seria produção multimídia. Uma convergência de produções com o tema água. Ficamos surpresos e ao mesmo tempo tranquilos, porém não sabíamos que após algumas produções estaríamos com água até no pescoço.
Duplas, trios, grupos... Um dos semestres que mais trabalhamos em conjunto. Não sabemos se foi o passar dos anos que nos aproximou ou talvez seguimos a tendência do semestre – talvez os dois. O que compreendemos é que foi bom para nosso crescimento acadêmico e pessoal.
A água rolou e o tempo passou, um tempo produtivo, em que a turma se mostrou mais integrada. Nossas famílias, namorados e infinitos tipos de relacionamentos não aguentam mais ouvir falarmos sobre água. Fotos, vídeos, textos e sonoras “aquáticas” invadiram nossos arquivos. A música “Planeta água” encharcou os futuros jornalistas que reviveram o ritmo de Guilherme Arantes.
O semestre termina e temos a sensação de que adquirimos conhecimentos não somente na área da comunicação e, sim, nos tornamos cidadãos mais conscientes em relação ao meio ambiente e ao futuro. Vivenciamos diversas experiências relacionadas à água. Foram entrevistas em rios, cachoeiras, estações de tratamento, alfaces hidropônicas, batismos religiosos... Enfim, uma imensidão de águas. Tenho certeza de que a inundação ocorrida neste semestre gerará boas lembranças no futuro. Sempre que ouvirmos notícias importantes sobre a água teremos recordação da turma do 6º semestre de 2011.

Por Kassieli Joaquina Gonçalves de Mello
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Um mergulho na conscientização

O homem vem, há décadas, buscando a evolução econômica e social. Mesmo com o Índice de Desenvolvimento Humano em baixa no Brasil, a economia tem alcançado uma boa colocação. É nítido que a preocupação dos governos – dentre eles, municipais, estadual e nacional – é especialmente com a economia. Deixando a educação, a saúde e fator salarial um pouco de lado, vamos nos focar no meio ambiente.
O meio ambiente é, hoje, um dos principais fatores que puxam o Índice de Desenvolvimento Humano para baixo. Muitos se perguntam por que, tendo em vista que o governo criou o Bolsa Verde, por exemplo. Entretanto, muitos esquecem ou fecham os olhos tentando iludir-se com a realidade dos fatos. Vejamos:
Atualmente, os problemas ambientais assolam todos os países. No caso do Brasil, temos a Amazônia, o segundo pulmão do mundo – ficando atrás apenas do oceano e suas algas – esta, tem enfrentado muitos problemas de desmatamento e poluição de suas águas, tendo vista o avanço das áreas urbanas e a exploração dos recursos naturais buscando-se uma melhoria na economia. Salvo esse problema, não é só a Amazônia que sofre com as consequências do desenvolvimento. As próprias Áreas de Preservação Permanente (APP) das nossas cidades sofrem com esse problema.
É evidente que o meio ambiente não pode ser um entrave ao desenvolvimento, mas é fundamental que ambos caminhem juntos. A relação entre o avanço da agricultura e as áreas de preservação ambiental, por exemplo, é uma discussão antiga que ainda gera muitos debates. Tanto que o Código Ambiental sofreu inúmeras alterações e discussões em função da diversidade de opinião.
Todavia, não seria melhor se a cada passo no desenvolvimento que levássemos em conta também o desenvolvimento ambiental? Isso é possível. Existem muitas pesquisas que demonstram que esse casamento pode dar certo e a preservação do meio ambiente, dos recursos hídricos e da fauna e flora das localidades, é fundamental para melhorar também o desenvolvimento das nações. Que, a partir de agora, possamos mergulhar em um mar de possibilidades e discutirmos civilizadamente o desenvolvimento econômico, social e, claro, ambiental.

Por Talita Mazzola
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Aprendemos a lição?

Você tem ideia do valor da água? Espera-se que todos saibam já que ela é tão comum em nosso dia a dia. Mas não é o que parece. Pelo que vejo nos municípios da região e também no que acompanho nos noticiários, o descaso é altíssimo.
Acredito que pelo menos a galera do 6º semestre de Jornalismo tenha aprendido e memorizado bem o valor. Estimo que nunca mais demoraremos tanto no banho; usaremos mangueira somente em casos extremos; manteremos os mananciais o mais limpos possíveis. Bate um receio só de imaginar alguma voz dizendo: “Produza uma reportagem sobre água; crie um spot, uma vinheta sobre água; realize uma matéria audiovisual sobre água”. Valeram a pena, pois foram muitas produções em texto, vídeo, áudio e foto que congregamos em produção multimídia. E um dos resultados foi esta revista eletrônica.
De tanto falar em água muitos colegas estão com receio até de tomá-la e há outros que tomarão mais água ainda, sabendo dos benefícios que ela nos oferece. Não posso esquecer-me da notícia sobre uma pesquisa, revelando que a cerveja hidrata como a água. Essa, quem ler não vai esquecer! Quanta gente usando essa desculpa para beber mais um pouquinho...
E aquela música já tão “batida” nas comemorações e eventos com a temática água? Sim, essa mesma que você está pensando: Terra! Planeta Água. Terra! Planeta Água... Pois é! A letra é bonita, a mensagem é interessante. Mas toda semana se ouvia: Água que nasce na fonte. Serena do mundo... Ninguém merece. Já estava virando aquelas músicas sertanejas que tocam nas rádios umas 500 vezes no dia. Nada contra o sertanejo, mas é aquela história: um é pouco, dois é bom, três é demais. Não necessariamente essa quantidade.
Voltando à ÁGUA, realmente é um tema universal, importante, que passa por todas as áreas de estudo e de vida. Mas saturamos, ou seja, quase nos afogamos. Aguardamos ansiosos, ou seria receosos, o tema do próximo semestre. E nunca mais esqueceremos este semestre. Com certeza aprendemos a lição.

Por Deisi Fabrim
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Água, um bem degradado, porém, indispensável

O homem primitivo facilmente reconhecera a sua forte dependência da água; primeiramente, para matar a sede e, depois, para utilizá-la na manufatura de produtos, utensílios e construções que lhe eram essenciais. Assim, desde sempre, o homem explora os recursos naturais indispensáveis à sua sobrevivência.
Devido ao avanço da ciência e da tecnologia, a intervenção humana vem causando alterações do equilíbrio natural dos ecossistemas, como desmatamentos, poluição do solo, poluição do ar e, principalmente, a poluição das águas. Apesar da água ser considerada um recurso natural renovável, poderá se tornar um recurso limitado, pois, quanto maior for seu consumo, maiores serão os riscos de comprometer sua qualidade.
Quando se fala em poluição das águas, deve ser citado não só as águas superficiais como também as subterrâneas. Uma das principais fontes de poluição das águas são os resíduos urbanos e industriais. Neste tipo de resíduos, grandes quantidades de descargas de efluentes das fábricas são despejados na água. Nos resíduos rurais, acontece o mesmo, pois o lançamento de resíduos também é feito diretamente nas águas, sem o devido tratamento.
Há também outras problemáticas que envolvem o depósito de lixos domésticos nas águas dos rios ou mares: o uso de produtos químicos na agricultura que acabam transportados pela chuva diretamente para as águas dos rios e seus afluentes, contaminando-os e colocando em perigo toda a fauna e flora.
Então, é importante ressaltar que o homem contribui diretamente com o processo de degradação dos recursos hídricos. Porém, é hora de dar um basta. É hora do homem valorizar um bem indispensável a sua própria vida, antes que seja tarde.

Por Andressa Streicher
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As diferentes águas

Um gostoso vai e vem de águas. Todo dia penso que em dias de verão, a chuva traz um alívio imediato, uma sensação de que o calor foi tomado pela temperatura fresca e agradável dos pingos de água, caindo do céu. Já no inverno, quando cai o primeiro pingo de água no telhado, imagino o dia maravilhoso que poderia vir pela frente. Imaginem comigo: ficar em casa, ouvindo o barulho da chuva caindo e batendo no telhado, a sensação de friozinho vinda junto com a água... Só não vai dizer que não pensou nada sugestivo em tudo isso... É impossível. Mas se você conseguiu, eu ainda falo, e um bom filme com chocolate quente e uma boa companhia? Agora sim, desse jeito é bom ficar em casa!
E a água que vem nos dias mais tristes? Momentos tensos, infelizes, nos quais as pessoas a trazem à mostra porque não conseguem mais esconder a dor. Mas também acontece de ela estar presente em situações boas. Momentos alegres, de comemoração.
Certos momentos não têm explicação. E a lágrima aparece para representar o sentimento. As pessoas são diferentes umas das outras, cada uma expressa seus sentimentos como consegue. Alguns sentem vergonha, outros já são mais abertos, ou até exagerados.
Choro quando estou triste, sim, choro e não tenho vergonha. E também trago comigo a lágrima quando estou feliz. Não sei você, mas acho tão difícil expressar algo feliz. Geralmente as pessoas gritam, pulam, abraçam. Sim, eu também, mas ainda choro e ao mesmo tempo sorrio, mesmo sozinha.
Querendo ou não, gostando ou não, a água está presente em nossa vida, todo dia. Água significa vida. Água da chuva, água para saciar a sede, água para o banho, água para a comida, água para aliviar o calor, água para expressar alegria e tristeza. Sim, a lágrima também é importante. Ela representa nossos sentimentos.

Por Vanessa Bruinsma
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Água, um direito de todos

A água é um líquido indispensável. Nenhum ser vivo consegue viver sem água. O nosso planeta é formado, aproximadamente por 70% de água. Mesmo existindo em abundância, a água não está disponível para o consumo em todos os locais. Muitas pessoas já sofrem com a falta de água, isso acontece pela falta de cuidados com o nosso bem mais precioso.
O ano de 2003 foi declarado pela ONU o Ano Internacional da Água. Esse líquido foi pensado como um fluido precioso que precisa ser considerado um bem social e cultural, não mais uma mercadoria.
Apenas a existência garante que o homem tenha o direito de água, como também o direito de ar. Mas infelizmente não é isso que acontece, pois uma grande parte da população mundial vive sem água.
De acordo com a ONU, mesmo a água sendo pensada como um líquido precioso, ainda não é reconhecido dessa forma. O direito à água ainda não é formalmente reconhecido porque infelizmente ela ainda não é considerada um bem público universal e comum. A água ainda não é uma prioridade.
Variados autores falam que o Brasil possui de 8 a 16% da água doce (superficial e subterrânea) existente no planeta. Apesar de uma distribuição desigual, a situação nacional é privilegiada em relação à maioria dos países.
Seja por condições naturais, seja pelas condições específicas de desenvolvimento histórico, a escassez quantitativa da água causada pela poluição e pela deterioração dos corpos hídricos, angustia presentemente diversas regiões e nações em todos os continentes. A crescente demanda originada pelo aumento populacional e pelo crescimento econômico tem feito com que as águas, especialmente a água doce (parte mínima presente no planeta) e seus mananciais, seja cada vez mais objeto de preocupação.

Por Vanessa Bruinsma