A opinião é uma forte características dos comunicadores. Por mais imparciais que possamos ser, artigos também são o nosso forte. Confira algumas produções dos acadêmicos que se desdobraram muito bem no desenvolvimento do tema gerador do curso. A água.
Fonte de vida escorrendo pelo ralo
Quando se trata de recursos naturais, nosso país está em primeiro lugar no ranking. O Brasil, em quantidade de água, possui aproximadamente 13% da água potável disponível no planeta. Porém, somos também grandes poluidores, a poluição atmosférica é crescente, são milhares de toneladas de carbono originárias das queimadas, dos motores a combustíveis fósseis, das fábricas, entre outros.
A metade da água distribuída é desperdiçada, quantidade que daria para abastecer grande parte da Europa. Como, por exemplo, a França, Bélgica, Suíça, Norte da Itália e Holanda, ao mesmo tempo, conforme atesta o teólogo, filósofo e ecologista Leonardo Boff. Ele ressalta, ainda, que, para que seja produzido um quilo de carne bovina, são gastos 15 mil litros de água; para um quilo de vegetais, 1300 litros. Um ovo nos custaria mais de mil litros.
Com todos estes dados, sabemos ainda que apenas 3% da água existente no planeta é potável e somente 0,75% está acessível para consumo humano e utilização agrícola e industrial. O maior desperdício vem na má utilização, distribuição irregular e poluição da água urbana e industrial. As construções e vias impermeabilizam o solo, aproximadamente ¼ da água tratada e distribuída se perde em vazamentos, entre o fornecedor e as torneiras do consumidor. A falta das matas ciliares permite que as águas escorram em velocidade inconveniente para os cursos principais, provocando assoreamentos e não raramente enchentes no período de chuvas, e escassez no período de secas.
A água, segundo dados da ONU, mata, pela má qualidade, dez vezes mais que as guerras armadas. A ONU afirma, ainda, que em torno de 70 conflitos existem hoje pelo acesso a essa fonte de vida. Estamos sofrendo as consequências da degradação, sem dúvida, estamos deixando escapar pelos ralos uma riqueza inestimável.
Por Taís Machado
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O gosto salgado das águas
A água dos mares e oceanos possui uma salinidade de aproximadamente 35 gramas para cada litro, no entanto esta imensidão não possui salinidade uniforme em toda a sua extensão ao redor do planeta. Uma reflexão que eu nunca havia realizado. Um exemplo desta alternação é o Golfo da Finlândia, no Mar Báltico, que possui a água menos salina do globo, enquanto o mar com mais sais dissolvidos é o Mar Morto, no Médio Oriente, onde o calor aumenta a taxa de evaporação na superfície e há poucas chuvas.
Ao nos depararmos com o mar não percebemos as diversas características existentes em sua composição e a importância delas para a vida. Nas diversas matérias elaboradas sobre água, este recurso natural, quando proveniente dos mares, nos vem à mente somente ao sentirmos o gosto salgado de lágrimas, e quando tratamos da praia, verão e tsunamis. Mas os cientistas estudam principalmente os macronutrientes na água do mar (nitrogênio, fósforo e enxofre), já que são os mais importantes para a vida marinha, principalmente para as plantas.
Este complexo de águas tem composição química quase constante, com a variedade de um pouco mais de 70 elementos dissolvidos, sendo o cloreto de sódio encontrado em maior parte, o que nos torna possível compreender sua grande quantidade de sal. Ao elaborarmos matérias durante o semestre com o tema gerador “água”, baseadas em pesquisas e entrevistas, percebermos a água potável como único sinônimo de vida quando tratamos desse recurso natural. Esquecemos que na imensidão das águas dos mares e oceanos existem plantas, animais e sobretudo vida, a qual se movimenta no balanço das águas salgadas.
Por Kassieli de Mello
_________________________________________________________O negócio do futuro
Nas mídias, fala-se em economia de água mais do que da guerra. Eu, por exemplo, não consigo mais ver campanhas – repetitivas e sem novidades – sobre o mesmo assunto: feche a torneira ao escovar os dentes, não demore no chuveiro, reutilize a água da chuva. Campanhas como estas já não me chamam mais a atenção. E acredito que a maioria da população pense assim, como eu.
Mas, certo dia, em meus raros momentos à frente da TV, uma propaganda me chamou a atenção. Havia um homem, de pé, em cima de um banco, em uma rua muito movimentada. Ele gritava: “O mundo vai acabar!”. Pensei que ele fosse louco. “Mas que coisa mais sem sentido”, falei sozinha. Aqueles 25 segundos me deixaram curiosa; no final, ele disse: “Preserve o mundo”.
Por vários momentos fiquei analisando a propaganda. Muito bem pensada. Será que, quando alguém resolver fazer alguma coisa em relação ao esgotamento da água, essa pessoa será tachada como louca? O mundo sabe que é verdade, mas até que ponto batem no peito e assumem o compromisso? Mobilizações, campanhas conjuntas, isso quase não motiva as pessoas…
Porém, outras pessoas já se deram conta de que a água vai acabar e começaram a investir. As águas minerais engarrafadas transformaram-se em um dos setores mais lucrativos do mercado e também de maior expansão. Ele sempre foi dominado pela Nestlé e pela Danone, mas agora empresas donas das marcas Coca-Cola e Pepsi estão se inserindo no mercado.
Os negócios e os lucros, daqui pra frente, serão dominados por quem valorizar a água – e souber se aproveitar das situações. Lembrem-se do que estou escrevendo aqui: o negócio é cuidar da água e vendê-la a um preço justo. E aí, Brasil, que tal se tornar o país mais rico do mundo?


